Os Card Games na Minha Vida

Hoje tenho este blog dedicado ao card game Vampire: The Eternal Struggle, mas antes de conhecê-lo, outro card game, chamou minha atenção. Isso foi há muito tempo atrás e numa cidade pequena, onde não havia jogadores. Meu conhecimento de Magic, na época, veio pelas revistas de RPG. Ali apareceu meu amor pelo RPG que ofuscou minha outra paixão, o xadrez. Lógico, que tentei aprender a jogar Magic, mesmo sem ter as cartas. Até criei um card game próprio quando compreendi as idéias gerais de um jogo desse tipo.

Creio que consegui comprar o card game Spellfire numa banca de revista da cidade, minha cidade natal, Crateús, como brinde de alguma revista. Um amigo conseguiu o dele em Fortaleza. Brincamos por algum tempo, mas depois perdeu a graça porque o dele era muito mais forte que o meu. Tempos depois, meu primo do Distrito Federal, viu que eu gostava desse jogo e certa vez, me presenteou com um deck de Magic e não de Spellfire (este não vingou). No deck haviam 60 cartas e um livro de regras. Acho que a expansão era Miragem.

Quando vim morar em Teresina, conheci um grupo de RPG e por meio deles, conheci um cara interessado nas minhas cartas. Troquei parte delas por algumas revistas. Não lembro mais do sujeito, será que ainda joga Magic? Será que o vejo na loja sem reconhecê-lo?

Então, passaram anos sem sequer jogar Magic realmente. Fiquei no RPG e no xadrez ao longo de toda a faculdade. Quando sair dela, ainda passei alguns anos tentando me manter na ativa em ambos os jogos, mas não deu certo. Eu parei.

Foi quando conheci um rapaz chamado Dimmy Karson que entrou na minha equipe de projeto, onde trabalho. Fizemos amizade rapidamente por causa de interesses comuns, basicamente jogos de nerd :) Lembro que na época, eu assisti Hikaru no Go, ficando fascinado pelo anime e também pelo jogo de tabuleiro, Go, o tema da história. Repassei os episódios para o Dimmy. Ele também gostou muito. Eu falei  para ele que queria jogar Magic, uma vez que tinha condições financeiras para tal. Ele então recomendou que começasse por um monored, um deck simples, rápido e direto.

Passei a ir aos jogos e torneios na praça de alimentação do Riverside Walk Shopping. Isso virou algo semanal e quase sagrado. Comecei a comprar um monte de cartas, em pouco tempo já tinha fortes decks mas pouca técnica. Era interessante perceber como não bastava ter um deck bom para sair ganhando. Lógico que com o tempo, fui ganhando mais partidas. Por este tempo, havia me afastado de verdade do xadrez. A fantasia do Magic suplantou a ciência, a arte e a história do jogo de Caissa para mim. É até estranho dizer isso, mas foi o que aconteceu. Acontece que o xadrez de clube é muito mais tenso que jogar Magic e isso não estava me fazendo bem.





Teve um Classificatório Nacional na cidade. Nele joguei com o Dark Bant. Que deck lindo! Fui direto para o Top 8 de carona em seu poder. Apareceram algumas pessoas de fora e teriam aparecido muito mais se não fossem as fortes chuvas. Curiosamente, foram dois maranhenses que levaram a vaga para o Nacional daquele ano. Creio que isso foi em 2009.

O Magic deu uma parada por algum tempo, com a expulsão dos jogadores do shopping. Até que durou muito. Ocupávamos muitas mesas e pouco consumíamos.

Depois, dois antigos jogadores de Magic tiveram a idéia de criar a loja de card games e RPG. Durante algum tempo, a loja não saía e não tínhamos idéia de qual seria o futuro do Magic na cidade. Mas finalmente, com mais um sócio aparecendo e um ótimo lugar sendo encontrado, a Red Dragon Livraria nasceu e eu voltei a jogar. Vários outros também voltaram a jogar. Os jogadores saíram de seus encontros casuais caseiros para ir a um loja conhecer gente nova e variar mais nos decks e nos oponentes.

Fui logo montando um bom deck naquele recomeço. Era um Naya, agressivo como o Dark Bant. O início fui muito mal, não sabia jogar com ele. Comprei mais cartas e montei um UW Control. Era a primeira vez que jogava com um deck de controle. Depois voltei novamente para o Naya para aproveitar o deck antes da rotação. Com mais jogos, peguei o jeito e me diverti com ele.


Foi mais ou menos nessa época que resolvi conhecer outro card game. Não me lembro nem o motivo. Acho que vou ler os primeiros posts desse blog depois. Vocês deveriam ler também. Isso foi em Agosto ou Setembro de 2010. Não precisei pesquisar tanto para conhecer o VTES, afinal é uma criação do Richard Garfield. Gostei bastante de ser mais voltado para partidas com vários jogadores. Lembrou-me as mesas de RPG e Poquer (pois é, poquer também).

Puxando agora da memória, procurei outro card game porque estava chateado com a rotação de cartas do formato Standard do Magic (Gostei do Naya, caramba! E nem o aproveitei tanto). Gastei uma boa grana para não jogar mais com elas nos torneios. Naquela época, resolvi até montar um deck no formato Legacy. Até hoje não o montei. E nem vou mais montar. Parece que o Modern pode chegar a ser mais interessante, pois vai ficar mais barato montar os decks.

Voltando ao VTES. Para minha surpresa, as cartas desse jogo são bem mais baratas.  A outra surpresa foi saber que a White Wolf não iria mais produzir novas coleções. Mal entrei nesse universo e já vi ele ruir! Lendo mais, descobri que isso já havia acontecido no passado, quando a Wizards of the Coast era a dona dele. Mesmo assim, os fãs do jogo continuaram a jogar e até criaram uma organização chamada Vampire Elder Kindred Network - VEKN, que ditou regras, correções, novos textos, raking e organizou campeonatos importantes. Graças a isso, a White Wolf achou vantajosa tirar o game do torpor. AVEKN que havia sido ligada à WW, separou-se, e passou a ser dirigida por jogadores.

A VEKN divide sua organização em três níveis: o Círculo Interno, os Coordenadores Nacionais e os Príncipes. Faço parte do nível Príncipe, que é basicamente um organizador e incentivador do jogo numa área, como uma cidade ou uma zona de uma grande cidade. Sendo assim, eu sou Príncipe de Teresina :)

Atualmente quase não jogo mais Magic: The Gathering. Não tenho nem grana para participar dos torneios na loja. O casamento consumiu minhas reservas. É certo que eu continue jogando, pois pretendo montar um deck de Modern, assim que tiver oportunidade. Hoje a minha idéia é divulgar VTES, por ser um jogo inteligente, razoavelmente barato (RPG e xadrez são mais baratos), desenvolve outras habilidades (principalmente as que envolvem comunicação) e também porque conhecer novos jogos é muito bom.

Neste mês, promovi pela primeira vez um torneio de VTES na cidade. Por alguns motivos, ele não pode ser sancionado. Espero alguns de nós conquistem 5 torneios e venham a fazer parte do Hall of Fame do VTES. É bem mais simples fazer parte deste grupo no VTES que no Magic, não é verdade? (Na verdade, é um incentivo para que jogadores de todo o mundo divulguem os torneios. Diferentemente do Magic, não são as lojas que divulgam os resultados). Torneios de VTES, no entanto, são bem menos frequentes que Magic. Afinal, não é fácil juntar 8 jogadores num jogo tão menos popular. De fato, sua temática mais adulta não atraiu tantos fãs. Por conta disso, nem chegou a ser traduzido para outras línguas. Nem por isso, deixou de se espalhar pelos quatro cantos do planeta. É só dá uma olhada no blog roll deste blog.

Isto o que escrevi é o apanhado geral dos card games na minha vida. O terei a dizer daqui a alguns anos?

Comentários

  1. Hoje não jogo nenhuma coisa nem outra. Mas confesso que tenho saudades do V:TES mas seria mais fácil voltar ao Magic pois ele é ativo na cidade.

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  2. O meu deck Dark Bant: https://www.tcdecks.net/deck.php?id=3939&iddeck=10114

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